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  • Foto do escritorZelmute Marten

Adaptação e o ponto de não retorno

O novo normal indica que a adaptação e o ponto de não retorno constituem aspectos de realidade no ambiente das mudanças climáticas. A recorrência dos eventos climáticos extremos, impõe à capacidade dos sistemas ou populações de adotarem medidas e práticas para diminuir os impactos oriundos da mudança do clima. A adaptação às consequências climáticas protege pessoas, residências, meios de subsistência, infraestrutura e ecossistemas naturais. A adaptação será necessária em todos os lugares, mas deve ser priorizada agora para as pessoas mais vulneráveis e com menos recursos serem prevenidas dos perigos climáticos. Este conceito dialoga com a perspectiva de organização das cidades resilientes.


De acordo com a Organização das Nações Unidas — ONU, as cidades resilientes são aquelas capazes de resistir, absorver, adaptar-se e recuperar-se dos efeitos de um perigo de maneira tempestiva e eficiente, através, por exemplo, da preservação e restauração de suas estruturas básicas e funções essenciais. Assim, é preciso que diante e após uma situação grave, as cidades tenham condições de minimizar riscos, perdas de vidas e de patrimônio. Como exemplo da busca de resiliência, podemos citar ações que levem mais segurança, mobilidade urbana, preservação de ecossistemas e do meio ambiente, exploração sustentável de recursos naturais e eficiência dos serviços emergenciais.


Um ponto essencial para que uma cidade seja resiliente é a promoção de um debate aberto e inclusivo com a população local, para que toda comunidade possa apontar problemas e indicar soluções que agreguem segurança à sociedade. Isso é possível quando governos, empresas e cidadãos buscam um compromisso compartilhado em benefício da resiliência. Esta sinergia deve contar com a participação ativa da cidadania, a partir de canais de comunicação, debates e trocas de experiências e opiniões sobre as expectativas da população, suas prioridades quanto ao desenvolvimento local, segurança, mobilidade, planejamento, entre outros. Além de ouvir os anseios da população, cidades podem contar com universidades e empresas que desenvolvam tecnologias necessárias para que territórios sejam equipados para prevenir desastres e fomentar a qualidade de vida.


O “ponto de não retorno” (ponto de inflexão) significa um determinado limite ou situação que, quando alcançado, não mais permitiria a volta à situação ou estado anterior. Expressão derivada do inglês tipping point. O ponto de não retorno é um conceito utilizado para indicar quando as mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global não poderão ser mais revertidas. As afirmativas sobre aquecimento global estão se tornando cada dia mais dramáticas. Há pouco mais de um ano, por ocasião da divulgação do último relatório AR6 do Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas (IPCC), o secretário-geral da ONU Antonio Guterres afirmou que “a humanidade está à beira do precipício e pisando fundo no acelerador”. Recentemente sua declaração foi que “o mundo está na era da ebulição e não mais do aquecimento”.


A ebulição leva ao degelo polar. A Antártida perdeu, em pleno inverno do Hemisfério Sul, 1 milhão de km² de gelo comparado à média dos últimos 40 anos.

As autoridades deixaram a linguagem do alerta e passaram a noticiar tragédias climáticas, denotando mudança de postura, do alerta para devastação. Esse reconhecimento oficial também aponta os riscos do ponto de não retorno. A postura sinaliza piora das perspectivas futuras, potencializando o contexto da emergência climática.

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