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  • Foto do escritorZelmute Marten

Campus de Economia Verde

Entre as propostas que tenho apresentado para o futuro de São Lourenço do Sul, está a estruturação do novo campus da Universidade Federal do Rio Grande como Campus de Economia Verde. Atualmente o Campus da FURG em São Lourenço do Sul dispõe dos cursos de Educação do Campo, Agroecologia, Gestão Ambiental, Gestão de Cooperativas e Letras Português e Literaturas de Língua Portuguesa. Em nível global, os temas relacionados com a produção de alimentos saudáveis e a produção de energias renováveis têm caminhado juntos. Ambos integram o conceito da denominada Transição Energética. No Brasil, o programa de Transição Ecológica tem sido apresentado em âmbito nacional e internacional como uma agenda integrada ao propósito da neoindustralização. A ideia da neoindustrialização tem como foco o desenvolvimento tecnológico e a sustentabilidade ambiental. Incorpora o grande deságio brasileiro de gerar novas patentes para industrialização de componentes associados aos desafios mundiais para a produção agroecológica e novas fontes de geração de energia para a reversão das mudanças climáticas.


Na minha concepção o novo Campus da FURG deve estar integrado neste contexto. No sentido da obtenção de outros cursos nos novos laboratórios que serão construídos. E no estabelecimento de acordos de cooperação com os Institutos Federais de Educação e outras Universidades Federais, fortalecendo a concepção de uma Cidade do Conhecimento visando a obtenção de novos investimentos em educação pública, ciência e tecnologia. Para tanto, a oferta de vagas de ensino superior em São Lourenço do Sul e região devem estar integradas ao planejamento de longo prazo através da atualização do Plano Municipal de Educação. Integrando de maneira ascendente a presença da comunidade lourenciana nos cursos oferecidos pela instituição. E concebendo a complementariedade destas oportunidades para a nossa juventude com outros desafios contemporâneos como o Plano Municipal Município Resiliente para pactuação com a população local para adoção de medidas coletivas diante a ocorrência de desastres naturais ou de eventos climáticos extremos. 


Segundo relatório da Agência Internacional de Energia Renovável — IRENA e da Organização Internacional do Trabalho — ILO, em 2022, foram gerados no mundo 13.7 milhões de empregos, aumento de um milhão em relação a 2021 e acima de um total de 7.3 milhões em 2012. O Brasil gerou 1.4 milhão de novos empregos na indústria de energias renováveis no ano passado. São os denominados empregos verdes. A energia solar fotovoltaica foi mais uma vez o maior empregador em 2022 no mundo, alcançando 4.9 milhões de postos de trabalho. No Brasil o setor foi responsável pela criação de 241 mil novos empregos. Nosso país perde apenas para a China (5.5 milhões) e está à frente dos Estados Unidos (994 mil) e da Índia (998 mil). Este estudo destaca a necessidade de expandir a educação e a formação e aumentar as oportunidades de carreira para os jovens, as minorias e os grupos marginalizados. Uma maior equidade de gênero também é fundamental. Neste momento os empregos nas energias renováveis continuam a ser distribuídos de maneira desigual entre homens e mulheres. Atualmente, a tecnologia fotovoltaica tem o melhor equilíbrio de gênero em comparação com outros setores, com 40% dos empregos ocupados por mulheres.


Ocorre que a imensa maioria destes componentes utilizados na construção destes sistemas são importados. As questões relacionadas aos preços dos equipamentos nacionais e aspectos tributários ainda são entraves para a ampliação da fabricação de base nacional. A neoindustrialização brasileira pressupõe iniciativa, planejamento e gestão. O intuito é buscar uma diversificação criteriosa, a partir de setores que o país possui know-how, na direção daqueles que podem gerar maior valor adicionado. Gerar uma política industrial inteligente, conectada com a atual fase da globalização. Os recursos serão provenientes do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social — BNDES, da Financiadora de Estudos e Projetos — FINEP e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial — Embrapii. No centro da prioridade está a ampliação de investimentos em fontes renováveis de geração de energia. Este contexto complexo de ações transversais receberá mais de R$ 106 bilhões nos próximos quatro anos. Ao todo, R$ 612 bilhões para o Novo PAC virão do setor privado, R$ 371 bilhões virão do Orçamento Geral da União, R$ 362 bilhões de financiamento e R$ 343 bilhões de estatais. A primeira etapa de seleção de projetos para estados e municípios, no valor de R$ 136 bilhões, está prevista para setembro. O Novo PAC tem os seguintes eixos de investimentos: transporte eficiente e sustentável; cidades sustentáveis e resilientes; água para todos; educação, ciência e tecnologia; saúde; infraestrutura social inclusiva; transição e segurança energética; inclusão digital e conectividade; e inovação para a indústria de defesa. A previsão é que ele gere 2,5 milhões de empregos diretos e 1,5 milhão de vagas indiretas. O Novo Campus de Economia Verde da FURG em São Lourenço do Sul deve estar inserido neste novo ciclo virtuoso de geração de empregos e oportunidade, com inclusão social e produtiva.

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