Investimentos na ordem de R$ 2.34 trilhões são projetados no Plano Decenal de Expansão de Energia, lançado nesta terça-feira (11), em Brasília. Neste montante estão previstos investimentos nos setores de petróleo, gás natural e biocombustíveis em torno de R$ 1.9 trilhão, geração centralizada R$ 303 bilhões, geração distribuída R$ 50 bilhões e R$ 104 bilhões em transmissão. As previsões de investimentos de R$ 456 bilhões em geração centralizada, geração distribuída e sistemas de transmissão no Brasil entre 2020 – 2029, indicam perspectivas alvissareiras para o setor, ao mesmo tempo em que visam atrair novos investimentos internacionais e estabilizar a oferta de energia em todo território nacional.
O grande desafio é elevar a oferta de energia disponibilizada por habitante no Brasil. Estima-se um aumento de 1.4 (2019) para 1.7 tep/hab em 2029, inferior à média mundial de 1.85 tep/hab, em 2016. Em 2029 a oferta interna de energia atingirá 380 milhões de tep, o que representa um crescimento médio anual de 2.6%. Nesta projeção está localizada uma expectativa do crescimento médio do PIB nacional em 2.9% a.a. e de 2.2% a.a. do PIB per capita. A previsão deste estudo aponta para o crescimento de 3.3% do PIB mundial e de 3.7% para o comércio ao redor do mundo. Em termos da economia internacional, espera-se que os países em desenvolvimento contribuam mais acentuadamente para o crescimento da economia mundial na projeção decenal, ainda que se tenha uma expectativa de desaceleração da China.
Destaca-se a redução da participação do petróleo e seus derivados na oferta total de energia, de 34% em 2019 para 32% em 2029. Em relação à oferta interna de energia, as energias renováveis exibem um crescimento médio anual de 2.9%, destacando-se o crescimento médio de 7% a.a. na oferta de eólica, solar e biodiesel. Desta forma o PDE 2029, estima o aumento do percentual de energias renováveis na matriz energética brasileira, atingindo o patamar de 48% em 2029. No horizonte decenal estima-se que a população brasileira cresça a uma taxa média de 0.6% a.a., alcançando 224.3 milhões de habitantes em 2029. A expectativa é de que haja cerca de 81.6 milhões de domicílios particulares permanentes no país no final do horizonte, um acréscimo de cerca de 13 milhões em relação a 2018.
No consumo final de energia por setor, a indústria e o setor de transportes, conjuntamente, continuam a representar mais de 60% do consumo final de energia. O setor energético ganha importância no consumo final de energia, influenciado principalmente pelo aumento da produção do pré-sal, aliado ao incremento da produção do setor sucroalcooleiro. O consumo de eletricidade cresce cerca de 11% a mais que a economia brasileira, registrando elasticidade-renda de 1.3 no decênio. O consumo final de energia cresce à taxa média de 2.5% anuais entre 2019 – 2029. A carga de energia no Sistema Interligado Nacional tem acréscimo total de 29 GW médios, ou seja, cerca de três vezes a geração de Itaipu em 2019. A mini e microgeração distribuída deverá atingir 11 GW em 2029, este valor representará cerca de 2.3% da carga total em 2029, com 1.3 milhão de adotantes estimados.
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