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Foto do escritorZelmute Marten

Hidrogênio verde: Alemanha deverá investir no Brasil e Cúpula do Clima

O embaixador da Alemanha no Brasil, Heiko Thoms, esteve presente em reunião almoço virtual, realizada pela Câmara de Comércio Brasil Alemanha no Rio Grande do Sul, no dia 15 de abril. Na ocasião, Heiko Thoms tratou de desafios climáticos, desmatamento, economia, efeitos da pandemia, e anunciou fundos para a retomada verde. “A crise deve servir como transição para uma economia mais sustentável, através da geração de empregos verdes. Estamos determinados a investir com recursos disponíveis para o hidrogênio verde no Brasil. Podemos aplicar 2 bilhões de euros em energias renováveis e eficiência energética no país”, declarou Thoms.

A Alemanha registrou uma retração de 5% na sua economia em 2020, mas os investimentos públicos foram utilizados para salvar empresas e empregos com pacote de 130 bilhões de euros. Para 2021 há uma previsão de crescimento na ordem de 3%. “Queremos trazer mais soluções alemãs para o Brasil”, afirmou o embaixador. Ele demonstrou ainda o interesse comercial na formação do bloco econômico entre União Europeia e o Mercosul. Mas, manifestando preocupações com o desmatamento da Amazônia, considerado um tema importante que se relaciona com todos os outros. Para Heiko Thoms, “a questão do desmatamento, da mudança climática não é uma questão de esquerda ou de direita, a urgência climática deve unir todos os partidos e o conjunto da sociedade”.

No Plano Nacional de Energia (PNE 2050) do Brasil, o hidrogênio recebe posição de destaque. Entre as recomendações contidas no documento está desenhar aprimoramentos regulatórios relacionados à qualidade, segurança, infraestrutura de transporte, armazenamento, abastecimento, incentivo e utilização de novas tecnologias e articular com outras instituições internacionais que tenham iniciativas na área do hidrogênio.

Nesta terça-feira, 20 de abril, o Conselho Nacional de Política Energética aprovou resolução determinando a elaboração em 60 dias de diretrizes para o Programa Nacional do Hidrogênio. O intuito é desenvolver no país uma infraestrutura de produção, armazenamento, transporte e distribuição do hidrogênio, pelo lado da oferta, bem como a inserção do energético na matriz dos transportes, siderurgia e fertilizantes. “O insumo carrega alta densidade energética, possui versatilidade de uso, não emite CO2 e pode funcionar como armazenamento de energia”, destacou Paulo Cesar Magalhães, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia.

Cúpula do Clima


A Cúpula do Clima, realizada nos dias 22 e 23 de abril de 2021 de maneira remota, marca o retorno dos Estados Unidos para a agenda de proteção climática. O anfitrião, presidente Joe Biden, desde sua posse, tem assinado atos que demonstram o efetivo compromisso de seu governo com a neutralização da emissão de gases de efeito estufa. Neste encontro, Biden assumiu o ambicioso compromisso de diminuir pela metade a emissão de dióxido de carbono até 2030, uma meta representativa para o principal emissor per capita de CO2 do mundo. Atualmente 80% da energia do mundo ainda depende de combustíveis fósseis e os Estados Unidos possuí representativa dependência desta fonte poluente e de usinas de geração de energia à base de carvão. Objetivo anunciado por Biden é alcançar a neutralidade de carbono até 2050.

A Chanceler da Alemanha, Angela Merkel, defendeu a preservação de 30% da biodiversidade em terra e nos oceanos, colocando estes contingentes sob proteção. Ela lembrou que o compromisso da União Europeia é diminuir suas emissões em 55% até 2030 e neutralizar suas emissões até 2050. Estamos diante de uma transição econômica profunda, nada mais, nada menos, do que a mudança de todo modo de viver e produzir. Embora ainda possua dependência relevante do carvão, a meta da Alemanha é desativar todas estas usinas até 2038. Atualmente a Alemanha já gera 46% de sua energia através de fontes renováveis e o objetivo é atingir 65% até 2030. Ela enfatizou ainda seu compromisso com o êxito da COP26, que será realizada no outono europeu, em Glasgow, no Reino Unido, assim como, expressou seu compromisso com a COP15 em Kunming para tratar de biodiversidade. “Na Alemanha, este ano também iniciaremos a preparação para a Conferência de Glasgow, como tradicionalmente, com o 12° Diálogo sobre o Clima de Petersberg – juntamente com o Reino Unido”, destacou Merkel.

António Guterres, secretário-geral da ONU, pediu investimentos em energias limpas e impostos para os principais emissores de gases. E defendeu ainda a valoração e a precificação do crédito de carbono e a regulamentação deste ativo em escala global e as metas do Acordo de Paris. Trata-se da abertura de um novo mercado que está nascendo entre empresas e países. Ele lembrou ainda que o mundo caminha de forma dramática em direção a uma catástrofe climática para registrar um aumento de temperatura na ordem de 3°C até 2100, conforme demonstra o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA no Relatório Lacunas das Emissões.

O presidente da China, Xi Jinping, destacou que seu país pretende trabalhar em conjunto com os Estados Unidos para mitigar as emissões de carbono e que até 2060 a China vai passar do “pico do carbono para carbono zero”, indicou ainda a possibilidade de seu país restringir o comércio com países que não cumprem sua meta climática. O presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu que 2030 é o novo 2050, disse que o mundo precisa incluir o meio ambiente nos custos de investimentos e comércio para acelerar uma transição para a economia verde. O Brasil se comprometeu acabar com a emissão de gases de efeito estufa até 2050 e terminar com o desmatamento ilegal até 2030.

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