ABM: Multilateralismo e Ampliação do Investimento Internacional
- Zelmute Marten
- 25 de mai.
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A Associação Brasileira de Municípios (ABM) é a entidade pioneira do municipalismo no Brasil. Neste momento, está desenvolvendo um planejamento estratégico que tem como focos principais a descentralização de suas atividades pelas diversas regiões do país, a promoção da democracia interna, com relações horizontais entre os municípios associados, e a firme defesa da soberania nacional. A ABM tem se posicionado como promotora da consciência cidadã frente ao ponto de não retorno da crise climática, incentivando os municípios brasileiros a desenvolverem estratégias de resiliência e a municipalizarem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Para isso, oferece uma agenda política e institucional que contrasta com o modelo de entidades cujo funcionamento se baseia em interesses familiares ou corporativos.
Nesse contexto, a ABM participa ativamente da Assembleia BRICS+, que acontece em Maricá (RJ), entre os dias 26 e 28 de maio de 2025, sob a liderança do prefeito Washington Quaquá. O encontro pretende fortalecer o papel das cidades do bloco no cenário geopolítico global e ampliar a influência das nações do Sul Global. O BRICS+ é uma evolução do grupo BRICS — formado originalmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — e agora inclui também Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. O sinal “+” representa a expansão do grupo e o aprofundamento da cooperação entre países de economias emergentes. Durante o evento, será aprovado o estatuto da nova associação e elaborada uma carta de posicionamento conjunto dos municípios, a ser entregue posteriormente aos chefes de Estado e de governo. A assembleia contará com a presença de representantes de países como Rússia, China, Índia, África do Sul, Irã, Etiópia e Indonésia, além de convidados da América Latina, Turquia e Nepal.
O multilateralismo é essencial para ampliar os investimentos internacionais em ações de enfrentamento à crise climática, tanto no Brasil quanto nos demais países do BRICS+. Isso inclui a realização de obras de prevenção, adaptação e mitigação de eventos climáticos extremos, a estruturação de sistemas modernos de monitoramento climático, o fortalecimento das defesas civis locais e estaduais, e a mobilização da sociedade civil por meio da elaboração de planos de contingência, que estabeleçam protocolos de conhecimento e ação coletiva nas cidades.
A vice-presidência de Cidades Resilientes da ABM, em parceria com o Instituto Caminhos Sustentáveis, está preparando uma proposta para a realização de encontros macrorregionais sobre economia circular. A iniciativa também irá abordar soluções baseadas na natureza, como a criação de cidades-esponja — conceito que propõe a adaptação urbana para absorver volumes crescentes de chuvas intensas em intervalos cada vez mais curtos. Essas medidas integradas buscam preparar as cidades para um novo cenário social e ambiental, cada vez mais desafiador. Sob essas diretrizes, a ABM reafirma seu compromisso com o multilateralismo como instrumento para ampliar o financiamento internacional de projetos locais, sempre com o protagonismo da participação cidadã.
Zelmute Marten Jornalista