Este tema será debatido na mesa que devo coordenar no 18º Fórum de Geração Distribuída que ocorrerá no Barra Shopping Sul, em Porto Alegre, nos dias 26 e 27 de abril de 2023. Mais uma importante realização do Grupo FRG. Concretamente é a sociedade civil brasileira, o setor empresarial, a academia e entidades da sociedade, novamente, investindo, reiterando esforços para que a descentralização da geração e a transição energética se consolidem no Brasil.
No que se refere aos governos, os esforços são relevantes, porém pífios. No caso do governo de União e Reconstrução de Lula e Alckmin, está colocado o desafios de superar a visão conservadora relacionada ao suprimento da demanda e ousar em direção à inovação, disrupção e na substituição do modelo regulação da compensação para a comercialização de presumidores, aos moldes do modelo alemão. Desafio hercúleo, pois as concessionárias de energia estão sabotando a geração distribuída, com a leniência da ANEEL.
No Rio Grande do Sul Eduardo Leite realiza um governo de marketing, distante da vida das pessoas e com tímidas estratégias de promoção do desenvolvimento. Sua base na Assembleia Legislativa interdita a continuidade da tramitação do projeto de lei de autoria do deputado estadual Zé Nunes que prevê a instituição de uma política pública estadual de fomento à mini e microgeração distribuída. A sua agenda está reduzida a diminuição das funções públicas do Estado. Vende e vende mau e barato o patrimônio dos gaúchos. Indisponível para estruturação de modelos mistos que permitam a permanência do Estado na gestão de setores estratégicos, como faz hoje a Europa, recuperando o papel da esfera pública em processos de reestatização.
Reafirmo sempre que o centro neste contexto de desafios e oportunidades está no investimento em inovação, ciência e tecnologia. Constituir uma rede plural, aberta, digital, inovadora, integrando universidades públicas e privadas, institutos federais de educação, estimulando a juventude gaúcha é brasileira a gerar novas patentes e tecnologia de base nacional e local. Os recentes relatórios sobre as mudanças climáticas são alarmantes. Estamos nos aproximando da elevação da temperatura da terra dos 2 graus Celsius. Este acontecimento produzirá mais catástrofes ambientais: tsunamis, incêndios, secas, inundações, calor escaldante de morte, derretimento de geleiras, mortes de espécies e mais desmatamentos.
A governança global possui um elevado consenso de que a transição energética é vital para a recuperação da economia global pós pandemia de Covid-19 e para a reversão das mudanças climáticas. Porém, o papel dos governos parece estar focado em dissensos, em anúncios tímidos e na indisposição para transformações profundas. Neste contexto, no Brasil, a mini e microgeração distribuída de energias renováveis têm desempenhado um papel relevante e vamos permanecer empenhados para que o seu futuro seja auspicioso e de mais prosperidade, com distribuição de oportunidades, inclusão social e produtiva.
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