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Foto do escritorZelmute Marten

O ecossistema da transição energética

O Brasil já é o segundo maior produtor de empregos verdes do mundo. Somente em sistemas de mini e microgeração distribuída já é gerado o equivalente a produção de energia de Itaipu Binacional. O setor de energia solar deverá gerar 330 mil novos empregos até 2030, gerando atualmente 22 GW. A energia eólica já representa 12% da energia produzida do país, cresceu 51% em três anos, performando hoje 23.3 GW. O setor de mobilidade elétrica tem a previsão de movimentar um trilhão de dólares na economia brasileira em 2023. Iniciativas como a da Holding Alemã DIALLD, que oferece tecnologia patenteada, e o DIALLD Capital, um fundo de investimento próprio, para gerar energia limpa através da formação da formação de joint ventures com empresas privadas e autarquias de gestão compartilhada com órgãos públicos, com o adequado tratamento de resíduos sólidos urbanos, resíduos hospitalares, recuperação de áreas degradadas como aterros sanitários, passivos ambientais, entre outras soluções inovadoras, conclui 2022 com o estabelecimento dos primeiros contratos para a geração de milhares de empregos e movimenta o mercado interno.


Os últimos anos mostraram ao mundo a necessidade de mudanças quanto à forma como a energia é produzida e como os investimentos em energia limpa devem ser direcionados. O período atual, chamado de transição energética, é caracterizado pela necessidade da descarbonização, digitalização e descentralização. Entretanto, ele é muito mais do que isso. A transição energética está centrada nas pessoas e busca garantir um planeta habitável, com saúde, alimentos, segurança, conhecimento, tecnologia, bem-estar e a criação de empregos verdes. A estimativa da ONU é de que, até 2030, 18 milhões de empregos verdes sejam criados no mundo – 7.1 milhões no Brasil. O que motiva a transição energética é sem dúvida o aquecimento global e a necessidade de reversão das mudanças climáticas. Uma realidade já comprovada e sentida por todos os setores em todo o mundo. E neste momento, o Brasil recupera a oportunidade de coordenar a governança global pela reversão das mudanças climáticas e atrair milhares de dólares em investimentos externos públicos e privados, para recuperar a economia nacional e internacional, pós pandemia da Covid-19.


No setor acadêmico, nosso país conta com referências internacionais no campo da inovação, ciência e tecnologia. Exemplos como a Dra. Luciane Canha da Universidade Federal de Santa Maria, nome premiado no segmento de mobilidade elétrica, e a Dra. Aline Pan, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, líder do Movimento de Mulheres pela Energia Solar, comprovam a capacidade efetiva de a transição energética cooperar com a superação da condição atual da economia do país estar centrada na exportação de commodities sem valor agregado, para outro patamar, de uma nação desenvolvida, produtora de patentes, novos equipamentos, insumos para o ecossistema diversificado de novas fontes de geração de energia, com especial atenção global para o hidrogênio verde. Entidades da sociedade civil como o Instituto IDEAAS que atua no combate a forma no Brasil, América Latina, África, América Central e em todo o mundo, através das energias renováveis, constituem-se como relevantes cases de sucesso. Os esforços coordenados pela ABSOLAR, ABGD, INEL, ABVE e o Programa RS Solar, comprovam a possibilidade de uma ativa governança nacional em torno da transição energética.


Energia é mais do que eletricidade. O acesso à energia limpa e de qualidade é essencial para a saúde humana, meio ambiente, educação e prosperidade econômica. Estamos vivendo um período de profundas e necessárias mudanças na maneira como a energia é gerada, como os modais de transporte são abastecidos, como as cidades devem ser planejadas e como a sociedade deve ser preparada e educada. A realidade que se impõe transforma-se numa velocidade jamais vista na história. A pandemia e a guerra da Rússia contra a Ucrânia aceleraram ainda mais este processo. Para acompanhar a transição é, portanto, fundamental que planejamento, produção de ciência, tecnologia e inovação, juntamente com a informação e produção de energias renováveis, sejam os pilares para a sustentabilidade das sociedades. Estamos em transformação para uma sociedade que o Japão já denominou desde janeiro de 2016, quando divulgou informações sobre o Quinto Plano Básico de Ciência e Tecnologia, de Sociedade 5.0, ou Sociedade da Criatividade. A ideia proposta pelo plano pressupõe a visão de uma sociedade futura pautada pela união da inovação científica e tecnológica com a imaginação e criatividade de diversos setores para resolver problemas sociais e criar valor agregado. Estamos labutando para que o Brasil acesse este complexo e virtuoso contexto social estruturado, promovendo competitividade e oportunidades de inclusão social e produtiva através do ecossistema da transição energética.

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