Honrado, acompanhei o Líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado estadual Luiz Fernando Mainardi, na reunião de trabalho realizada pelo Vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, com o Sindienergia do Estado. No referido encontro, participaram os empresários Guilherme Sari da DGE, presidente do Sindienergia, Afonso Aguilar da Integra Energia e Pedro Schuch Mallmann da Renobrax. Na pauta principal, medidas para ampliação da competitividade dos projetos de energia eólica offshore e onshore.
Estou a cada dia mais convicto que a estruturação de leilões regionais para o mercado regulado deve ser uma iniciativa concreta do Governo Federal nesta perspectiva. Estes certames baseados nas especificidades regionais do país podem alavancar projetos como o existente em São Lourenço do Sul que possui medição de ventos de aproximadamente 6.7 metros por segundo. As medições, realizadas por grupo econômico com vínculos na Alemanha, no atual contexto, tornam os projetos gaúchos com menor competitividade em relação a outras regiões do país, especialmente o Nordeste.
De outra parte, no meu entendimento, o BNDES deve preparar um pacote de projetos de energias renováveis do sul do Brasil para apresentar para a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, empréstimos a juros subsidiados para o sul do país, propondo a execução do compromisso da União Europeia, firmado no âmbito do Acordo de Paris, para a reversão das mudanças climáticas, através do desenvolvimento de fontes de energias renováveis na geração de energia no mundo. O modelo do programa Reconversul deve ser utilizado para o restabelecimento da competitividade dos projetos de energia eólica do sul.
O momento exige ainda maior compromisso das cidades com a transição energética. O Rio Grande do Sul dispõe de mais de 20 GW de projetos eólicos a serem implantados. Estes empreendimentos devem acelerar a economia local e regional, gerando milhares de empregos verdes. Está colocado o desafio para prefeitas e prefeitos criarem suas Autoridades Climáticas Locais. Desenvolverem planos municipais de incentivos para as energias renováveis, eletromobilidade e eficiência energética. Ou o compromisso para reversão das mudanças climáticas permeia todas as instâncias da governança nacional, ou a meta de evitar a elevação da temperatura da terra a 1.5 graus Celsius acima do período pré-industrial poderá ser inalcançável.
A energia renovável, a partir do aproveitamento de espaços naturais como os que possuem São Lourenço, deve estar inclusa nos projetos de políticas públicas de desenvolvimento minicipal/regional.