O Brasil está na iminência do desabastecimento de combustíveis. A extensão da crise envolvendo a ocupação da Ucrânia pela Rússia deverá ser decisiva neste contexto. Estamos convivendo com um cenário jamais visto desde a crise do petróleo da década de 70, que causou danos econômicos em todos os países ao redor do mundo, devido ao aumento nos preços do petróleo bruto. A política atual da Petrobras de refino do produto explorado no país no exterior cooperação neste sentido. Em novembro de 2021 a estatal brasileira já havia anunciado a impossibilidade de atender novos pedidos, e em dezembro, algumas cidades, como Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, já verificavam a falta de óleo diesel e gasolina na bomba de atendimento em alguns postos. Na próxima semana a Petrobras deverá anunciar novos reajustes de preços, a empresa não apresenta reajustes desde 19 de fevereiro, ou seja, este atípico comportamento e a crise da guerra indicam a escalada dos preços nas próximas semanas. Esta realidade está combinada com a crítica conjuntura internacional, a última semana se encerrou com reajustes na ordem de 34% a 36% nos preços para os consumidores em países asiáticos como a Coréia do Sul, aumento sem precedentes nos últimos cinquenta anos, e o LNG subiu mais de 100% em uma semana. No dia 04 de março de 2022 a tabela Global Platts já registrava o preço da tonelada do diesel e gasolina a US$ 832 dólares, preço FOB.
A possibilidade de shortage está relacionada também com os fertilizantes. A ureia, insumo fundamental para a agricultura brasileira, já registrou significativa oscilação em 2021. A tonelada do produto estava sendo negociada a US$ 380 entre junho e agosto do ano passado, tendo elevação de preços substanciais no semestre, custando aproximadamente US$ 1.100 dólares em dezembro e convivendo com desprovimento de oferta para comercialização ao mercado do Brasil. Está realidade vai ocasionar uma forte pressão sobre os custos das lavouras de 2022. Este aumento de preços ocorreu pela redução da produção em virtude da pandemia da Covid-19. O ambiente é de profunda instabilidade e de sérios riscos nos próximos meses. Estes fatores encontram agravamento com a realidade da economia e das empresas brasileiras. Embora o anúncio de uma retomada do PIB nacional com o crescimento de 4,6% em 2021, ocasionando a saída da recessão técnica, o atual contexto é marcado pelo alto endividamento de pessoas físicas e jurídicas, incorrendo na incapacidade das empresas em apresentar prova de fundos para o estabelecimento de contratos internacionais.
O incêndio perto do complexo da maior usina nuclear da Europa, Zaporizhzia, no sudoeste da Ucrânia, no final da última quinta-feira, acirram ainda mais o conflito no leste europeu. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) foi informada da possibilidade de uma tragédia de relevância internacional. O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, lançou comunicado solicitando a imediata suspensão do uso da força aérea. O Serviço de Emergência da Ucrânia acalmou a população e declarou que a radiação no local estava dentro dos limites normais, e que o incêndio, na verdade aconteceu em um prédio que fica forma do complexo. As sanções impostas pela União Europeia, Estados Unidos e aliados à Rússia, ainda não atingiram as refinarias de petróleo e a restrição de utilização do SWIFT bancário também ainda não restringem empresas fornecedoras de gás para o continente europeu. Porém, a utilização de “armas ilegais”, proibidas em acordos internacionais pela Rússia, deverá ampliar significativamente os reflexos do conflito militar em escala global. E suas consequências serão a ampliação de mortes, fome, desemprego e retração da economia do mundo. Estamos diante do mais grave colapso econômico desde a década de 70.
Nesta preocupante circunstância, a trade coreana Daewoo Oil & Gás, com sede de sua matriz em Seul, na Coréia do Sul, está trabalhando na estruturação de negócios no Brasil e América Latina, para o fornecimento de gasolina, óleo diesel, petróleo bruto, gás natural e ureia, visando solucionar a ameaça de desabastecimento no continente. A partir de uma rede de refinarias fornecedores destas commodities no Oriente Médio e na própria Rússia, a Daewoo Oil & Gas esta em fase de organização de seu benchmarking no Brasil, selecionando clientes com capacidade de performar contratos com base nos melhores padrões de compliance corporativa e empresarial. Atuando em âmbito global, as oportunidades estão sedimentadas na competitividade de preços e na apresentação de sólidas condutas de atendimento aos seus clientes. O momento é de profunda insegurança e instabilidade no cenário internacional. É imprescindível a retomada da diplomacia, negociações orientadas pelos princípios da paz e de uma governança global a partir da Organização das Nações Unidas que recupera a capacidade de prover estabilidade e segurança para a comunidade global.
Caro Zelmute! E quais seriam as opções de combustível caso a extração de Petróleo se torne insuficiente para o abastecimento global?
Grata
Letícia Fontoura